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quinta-feira, 7 de junho de 2012

A Inversão das Coisas


As cosias acontecem de forma engraçada: quando nem sonhava em correr 5K, 10 eram uma maratona. Perto dos 10K, 21, uma linha imaginária no horizonte, a gente sabe que existe, mas nunca vai chegar lá, ela sempre está mais adiante.

Esse foi um dos motivos de eu ter decidido correr a Meia de Floripa: lá em janeiro, longe, muito longe de uma meia, eu tinha que procurar uma meta real e factível. Isso porque, quando comecei a correr, queria apenas deixar de ser sedentário, e perder peso. Só que correr 5K por dia e uns 10 no fim de semana, com uma alimentação orientada, já me tornaria um ex-sedentário delgado.

Mas aí, as coisas vão acontecendo, e quando você vê, já está lá na frente e observando quão medíocre eram suas metas. E se pergunta como poder ser tão pequeno ao traçá-las.

No sábado passado, era dia de correr 18K e já havia feito 16, ou seja, 18 não eram uma incógnita, se o tempo ajudasse, eram uma certeza. Então, por que não fazer logo 21? Além de provar, psicologicamente, que é possível, ia mais tranquilo pra Meia, porque, se cheguei lá, para trás não volto mais.

Isso, mesmo com todo mundo dizendo que para uma Meia não precisa FAZER uma meia antes. E estava tudo bem, eu ia mesmo esticar mais 3K, mas como começamos tarde, no final dos 18K, tínhamos que pegar nossas coisas, pois a barraca estava desmontada. Mas desde os 16K, ficou aquela sensação de que, sim é possível, e ao mesmo tempo, a irritação de não ter feito, entende?

Claro que depois de Floripa, tem muito a ser feito: melhorar o tempo (minha meta é tão simplesmente, correr pela distância, por enquanto), consolidar os treinos longos de forma que correr 18K aos sábados seja padrão, e não um longão perdido no mês. Se correr 18 ou 21K toda semana é para maratonista, serei um ponto fora da curva: não pretendo fazer uma maratona, nem me contentar com longuinhos semanais. Se quem treina para uma maratona corre tranquilamente,18, 21 ou 30K num longão, e ainda se desgasta numa prova, eu quero os benefícios do treino sem o peso de uma prova.

E aconteceu uma coisa interessante: quando fiz 16K, sabendo que chegaria em 21, fiquei na expectativa de, no treino seguinte, liquidar a fatura. Completando 18K, ainda mais certo que faria os 21K, fiquei entre o: "Foi bom bater na trave 2 vezes, porque sei que 21K está logo ali e vou fazer", e o desencanto pela meta "já alcançada".

Pode parecer paradoxal, mas como não corro por tempo, e sim para provar para mim que qualquer distância é possível, uma meia já virou quase meu longão de sábado, dá pra entender? Acho que se eu tivesse feito os 21, nem faria questão de viajar, faria a Meia de Salvador em julho, perto de casa, na boa. Mas quis o destino que não acontecesse, e lá vamos nós. 

Estranha essa vida, não é verdade? 





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